sábado, 13 de novembro de 2010

Seattle, USA

Olá pessoal!

Vamos ao segundo capítulo do final de semana passado.

Estava tudo preparado para irmos pra Seattle no domingo. Carro alugado, cinco pessoas pra dividir as despesas, mas... Deu tudo errado. Não conseguimos os contatos de dois amigos brasileiros que queriam ir com a gente. E por motivos particulares, o Felipe e o Rafael também não puderam ir. Como já estava com o carro alugado no meu nome, pensei em devolver. Afinal, só sobrou eu e eu mesmo. Mas como sou muito curioso e muito teimoso, decidi ir sozinho. Configurei o GPS com o endereço do outlet em Seattle e botei o pé na estrada.  Logo no primeiro trevo para pegar a ponte no sentido sul da cidade, o GPS me mandou entrar num ponto onde estava em obras. Tive que dar uma enorme volta. Como vancouver faz divisa com os Estados Unidos, tive que passar pela fronteira. Como a fila estava grande, demorei quase uma hora e meia pra chegar no agente da fronteira. Pra passar foi tranquilo. Só me perguntaram de onde eu era, pra onde eu ia, porque eu estava indo, quanto tempo eu ia ficar, o que eu estava fazendo no Canadá, qual era minha cor preferida, o número que eu calço, se eu conhecia o Lula, etc. Nunca vi tantas perguntas. Passada a fronteira, pé na estrada novamente. Foi só curtir a paisagem. O interessante é que quando você passa a fronteira, já muda tudo. Lógico, é outro país, mas é muita diferença.

Não queria ficar muito tempo no outlet. Queria conhecer a cidade também. O problema foi que cheguei tarde e começou a chover também. Então, pra quem gosta de roupa, este é o paraíso das roupas. Mas não é qualquer roupa. São as melhores marcas do mundo. Guess, Calvin Klein, Benetton, Adidas, Nike, Puma, Lacoste, Hugo Boss e tantas outras. Os preços lá são mais em conta. Parece que são lojas de fábrica ou vendem produtos que estão saindo de linha. Eu que odeio entrar em loja de roupas, me senti como uma criança em loja de brinquedo. A loja da Nike é impressionante mas a da Adidas é fantastica. Dá vontade de comprar tudo. Comprei 3 camisas por 30 dolares e um calção por 9 dolares. A cada loja que entrava, comprava alguma coisa. A da Reebok por exemplo eu comprei 3 camisas por 25 dolares. Quando percebi, já estava com umas 15 camisas. Deixei pra ir comprar o tenis no final. Quando voltei na loja da Nike, me lembrei que tinha um limite por dia pra comprar. Me esqueci disso completamente. Perguntei pra varias pessoas na loja da Nike sobre esta cota mas niguém soube me falar. Um senhor me disse que achava que era 75 dolares por dia. Já estava ferrado. A única coisa a fazer era comprar o tenis, que aliás, custou 40 dolares onde o preço normal era 139 dolares. Como estava com minha mochila, corri para o banheiro, coloquei o calção da Adidas, calcei o tenis novo e vesti umas sete camisas. Graças a Deus estava muito frio. Deixei a vista somente as outras camisas e os recibos que davam uns 70 dolares. Essa ideia não foi minha na verdade. Foi um vendedor da loja da Nike que me disse pra fazer isso. Isso é comum.

Na volta, passei num posto pra abastecer mas não vou contar minha luta pra abastecer. Não tenho coragem. Só dou uma dica pra quem pensa em vir trabalhar por estas bandas. Não venha pensando em trabalhar como frentista. Você vai morrer de fome pois não existe isso aqui. No caminho, uma chuva fortíssima. Tive que andar entre 50 e 60 Km/h. Chegando na fronteira pra entrar no Canada, mais fila e mais duas horas de espera. Já se passava das 10 da noite quando cheguei na agente da fronteira, pensei que ia ser rápido. Muito pelo contrário. Começou a me perguntar onde tinha ido, se eu tinha comprado arma de fogo(isso é possível nos EUA mas não no canada), quanto eu tinha gastado. Estava tudo certo. De repente ela me pede pra estacionar e entrar no escritório. Imaginei que eles iam me mandar tirar a roupa. Comecei a imaginar como seria passar a noite naquele lugar. No escritório me fizeram mais um monte de perguntas. Algumas até sem sentido. Mostrei todos os documentos que pediram mas me pediram pra aguardar. Vi duas mulheres indo em direção ao carro. Revistaram todo o carro inclusive minha mochila. Mas pra minha surpresa, elas voltaram sorridentes com um papel na mão dizendo que estavam procurando por ele. Não tenho nem ideia que papel era aquele pois eu não vi. Como elas me liberaram, nem perguntei. Fui embora rapidinho.

Chegando em Vancouver, meu amigo GPS me manda entrar numa rua que não podia. Era contra mão. Até aí tudo bem. Mas na rua de trás da minha casa, que é uma grande avenida, ele me mandou entrar à esquerda. Na verdade era um pequeno retorno. Pensei que não seria possível, mas não tinha nehuma placa indicando. Logo após o retorno, já tinha uma entrada para a rua onde eu moro. Como o GPS indicou, o mané aqui acreditou. Fiz o retorno depois de me certificar que não havia nehum carro por perto. Mas para minha surpresa, vi um monte de luzes atrás de mim. Nesta parte da rua é um pouco escuro e pensei na hora que era disco voador ou alguma coisa assim. Apareceu do nada. Infelizmente era a polícia. Olhei no GPS e indicava 300 metros da minha casa. Andei quase 800 km neste final de semana e logo a 300 metros de casa foram me pegar. Para minha surpresa também, era outra mulher. Ela chegou perto do carro e pude ver que era uma loira de olhos azuis com um perfume ótimo. Só podia ser um ET. Não era possível uma cena daquela. Ela me perguntou se eu sabia o que tinha feito e eu disse que não. Só virei onde o GPS mandou. Ela pediu todos os meus documentos, fez mais uma dezena de perguntas que eu já estava cansado de responder e foi para o carro. Neste momento eu estava muito calmo. Não sei de onde tiro tanta calma nestes momento. Só pensei que iria ter que vender meu laptop e que não poderia comprar meu Playstaion 3 para pagar a multa. Simpatica, ela voltou e me disse ia deixar eu seguir mas com a condição de não confiar cem porcento no GPS.

Cheguei em casa por volta de meia noite rindo de tudo o que aconteceu. Contei a história para o Christian, dono da casa, e ele riu muito também. Uma aventura e tanto. Valeu muito a pena.

Não tirei muitas fotos. Mas tem algumas da estrada e uma do outlet.







Este é o tenis que comprei por 40 dolares. Não era o mais bonito mas era um dos poucos que tinham o meu número.

Até a próxima!

4 comentários:

  1. Nossa meu amigo... isso que é aventura!!!

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  2. Queridoooooo,

    Quanta aventura para um dia só! kkkkkkkkk, dei muita risada do seu relato, acho que a solução era jogar este GPS no lixo... que cilada!
    A gente reclama de tanta fiscalização mas países de primeiro mundo é assim mesmo, felizmente não é a casa da mãe joana como o nosso, e infelizmente o nosso ainda tem muito que crescer e aprender, não é mesmo? Por isso que todo mundo faz o que quer por aqui...
    No mais, vai postando aí que a gente te acompanha...
    Grande abraço.
    Andréa

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  3. Estou querendo fazer essa viagem no final do ano.

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  4. Muito bom amigo...rs
    Parabéns pela criatividade e espontaneidade

    Simone

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